O layout, segundo Bowersox & Closs (2001),
reúne todas as características de: produtos e serviços (volume, peso e
acondicionamento na estocagem), instalações físicas (número de andares e altura
útil) e movimentação dos produtos (equipamentos, continuidade de movimento e
economia de escala na movimentação).
Na literatura, são destacados
dois tipos de projetos de layouts: o primeiro é baseado no princípio do fluxo
de produtos (BOWERSOX & CLOSS, 2001) e o segundo é baseado no giro dos
produtos (RODRIGUES, 1999).
Layout
baseado no princípio de fluxo
O layout baseado no princípio de
fluxo está representado na Figura 1. O fluxo de produtos deve ser projetado em
linha reta, sendo armazenados ou não, para evitar congestionamentos. Assim, os
produtos devem ser recebidos numa ponta da instalação, armazenados no meio e
despachados pela outra ponta da instalação.
Figura 1 -Layout
baseado no princípio de fluxo.
Layout baseado no giro dos produtos
O layout baseado no giro dos produtos é
mostrado na Figura 2. Dessa forma, os produtos de maior giro devem ser
colocados na região mais próxima da separação (1). As esteiras (7) eliminam a
movimentação na recepção da lista de produtos e no envio para o despacho.
Existe uma área (2) reservada para armazenagem e coleta de produtos de pequenas
dimensões e alto volume. Deve ser planejada uma área para o recebimento (3) de
produtos que alimentarão as regiões (1) e (2). De forma análoga, uma área de
expedição (4) deve ser dimensionada com linhas suficientes para evitar a
acumulação ou fila na linha de picking. As esteiras que levam os pedidos
completos da área de picking para a área de expedição (5) devem possuir altura
elevada para aproveitamento do espaço em chão. Na região (6) os produtos de
pequeno e médio volume são armazenados em paletes. A área (8) representa as
docas.
Figura 2 - Layout
baseado no giro dos produtos
O uso da curva ABC nas empresas e sua
técnica
Administração de estoques,
definição de política de vendas, planejamento da distribuição, programação e
problemas usuais de empresas (indústria, comércio ou prestadora de serviços)
são apenas alguns exemplos de utilização da curva ABC. Esta ferramenta
gerencial permite identificar quais itens justificam atenção e tratamento
adequados de acordo com sua importância.
Alguns itens são mais importantes para a
organização do que outros, apresentando uma taxa de uso muito alta ou ter
valores particularmente altos, de modo que níveis de estoque excessivos seriam
caros. Uma forma comum de descriminar diferentes itens de estoque é fazer uma
lista deles, de acordo com suas “movimentações de valor” (SLACK et al, 2002).
Martins & Laugeni (2002)
conceituam a classificação ABC como uma ordenação dos itens consumidos em
função de um valor financeiro. Assim como Tubino (2000), explica que no âmbito
da administração de estoques, a classificação ABC mais utilizada é obtida pela
demanda valorizada, porém pode-se fazer outras classificações dos itens por
qualquer parâmetro que se deseje avaliar, como peso, volume ou número de
movimentações em estoque.
A análise ABC de maneira clássica consiste na
alocação dos itens de estoque em três grupos de acordo com o valor de demanda
ou valor de consumo anual, determinada através da multiplicação deste pelo
preço ou custo unitário de cada item.
Martins & Laugeni (2002),
define os três grupos da seguinte maneira:
- Classe A: é constituída por poucos itens
(até 10% ou 20% dos itens) e apresenta alto valor de consumo acumulado (acima
de 50% até 80% em geral).
- Classe B: é constituída por um número médio
de itens (20% a 30% em geral) e apresenta um valor de consumo acumulado ao
redor de 20% a 30%.
- Classe C: é constituída por um grande número
de itens (acima de 50%) e apresenta um baixo valor de consumo acumulado para a
classe (5% a 10%).
A figura 3, adaptado de Tubino (2000), exemplifica
o modelo de uma curva ABC ao mostrar a relação entre o percentual do valor do
consumo anual e percentual do número de itens.
Figura 3 – Curva ABC
Os percentuais de classificação
podem variar de empresa para empresa, porém, o princípio ABC no qual uma
pequena percentagem de itens é responsável por uma grande percentagem do valor
de demanda ou consumo anual, normalmente ocorre, conforme comentado por Slack
et al. (2002)
. Uma análise ABC deve refletir a
dificuldade de controle de um item e o impacto deste sobre os custos e a
rentabilidade e, apesar de ser usualmente ilustrada através do valor de consumo
anual, fatores como custo unitário, cuidados de armazenagem, custos de falta de
material e mudanças de engenharia podem afetar a classificação de um item.
Controle
de estoque e administração da armazenagem
Segundo Slack et al. (2002), estoque é a
acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação,
sendo utilizado para descrever qualquer recurso armazenado. O estoque é criado
para compensar diferenças de ritmo entre fornecimento e demanda.
As decisões de estoque baseiam-se
nas questões que facilitam as decisões dos gerentes no dia-a-dia. Este
procedimento envolve as atividades desde a chegada do produto, incluindo
operações de armazenamento, emissão de pedidos, envio de mercadorias e controle
da movimentação. Conforme Slack et al. (2002), no gerenciamento do sistema de
estoques, os gerentes de produção estão envolvidos em três principais tipos de
decisões, sendo eles:
- Quanto pedir (cada vez que um pedido de
abastecimento é colocado, de que tamanho ele deve ser?);
- Quando pedir (em que momento ou nível de
estoque, o pedido de reabastecimento deve ser colocado?);
- Como controlar o sistema? (quais
procedimentos e rotinas devem ser implantados para ajudar a tomar estas
decisões?).
Segundo Moura (1998), o objetivo
básico da armazenagem é estocar mercadorias da maneira mais eficiente possível,
usando o espaço nas três dimensões. Assim como, outros objetivos da armazenagem
são fornecer a identificação positiva do item e poupar tempo, mão-de-obra e
equipamento. As instalações de armazenagem devem propiciar a movimentação
rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição. Basicamente
as operações de armazenagem consistem no recebimento, estocagem, separação e
expedição de materiais para apoiar o sistema de manufatura.
Para a PME, o espaço desperdiçado é mais caro
que a mão-de-obra nas mesmas condições, visto que a utilização do espaço
“trabalha” para a empresa o tempo todo. O dimensionamento do estoque deve ser
realizado de acordo com as necessidades da empresa e visando o seu desempenho.
Para tal, o uso da curva ABC é particularmente útil para o planejamento da
distribuição quando os produtos são agrupados ou classificados conforme seu
nível de vendas (BALLOU, 1993).
Teoricamente, a administração da
armazenagem envolve o mesmo conjunto de atividades para qualquer empresa,
entretanto, a PME possui seu próprio conjunto de problemas que deve ser tratado
(SLACK et al, 2002).
Classificando
os estoques e determinando prioridades
Um dos objetivos da divisão dos itens
consumidos em categorias é o estabelecimento de critérios gerais seja para o
dimensionamento dos estoques, seja para o estabelecimento de critérios de
controle (MARTINS & LAUGENI, 2002). Através desta divisão, torna-se
possível reconhecer que nem todos os itens merecem a mesma atenção por parte da
administração ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os
clientes. Diante disso, adotar uma análise ABC é com freqüência um ato muito
útil no projeto de um programa de ação para dinamizar a performance dos
estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os custos
operacionais.
Slack et al. (2002) comenta que
os itens com movimentação de valor particularmente alto demandam controle
cuidadoso, ou seja, produtos considerados como classe A merecem um tratamento
administrativo preferencial em relação à aplicação de políticas de controle de
estoques, pois o custo adicional para um estudo detalhado destes itens é
justificado. Entretanto, os itens classe C não justificam a implantação de
controles muito acurados, um tratamento administrativo mais simples é
suficiente. Já os itens que foram classificados como B poderão ser submetidos a
um sistema de controle administrativo intermediário entre aqueles classificados
como A e C.
São atribuições que podem ser
implantadas tanto em ambientes nos quais busca-se gerenciar a formação de
estoques por demanda dependente (ex: MRP e Kanban), como para ambientes nos
quais gerencie-se a formação de estoques por demanda independente (ex: ponto de
pedido, reposição periódica ou estoque mínimo).
Localização
no estoque
Os itens podem ser alocados no
estoque em sistemas de endereços fixos e variáveis. O Sistema de endereços
fixos designa uma determinada localização para cada produto,ou para alguns
produtos. A principal desvantagem deste método é que ele pode gerar espaços
ociosos. O Sistema de endereços variáveis foi desenvolvido para suprir as
deficiências do sistema de endereços fixos. Um mesmo item pode ficar armazenado
em diferentes endereços dentro do armazém. Este sistema garante a diminuição de
espaços ociosos, porém pode aumentar os percursos necessários para montagem de
um pedido. Este método é mais popular em sistemas de manuseio e armazenagem
automatizados, que exigem um mínimo de mão-de-obra (BALLOU,1993).
Corredores
Os corredores são definidos como caminhos de
passagem dentro e entre as áreas de estocagem e expedição. O arranjo físico e o
dimensionamento dos corredores são fatores importantes para obtenção da máxima
eficiência do armazém (MOURA, 1998).
Endereçamento
das prateleiras
O endereçamento de estruturas físicas de
armazenamento deve ser feito de maneira a delimitar a estrutura física de
acordo com o espaço entre as longarinas horizontais e verticais, conforme pode
ser observado na Figura 4.
Figura 4 –
Prateleiras
A
importância do layout na armazenagem
Segundo Viana (1998), o layout é o arranjo de
homens, máquinas e materiais; é a integração do fluxo típico de materiais, da
operação dos equipamentos de movimentação, combinados com as características
que conferem maior produtividade ao elemento humano; isto para que a
armazenagem de determinado produto se processe dentro do padrão máximo de
economia. A eficiência das operações de movimentação e armazenagem depende do
grau de planejamento do layout.
O layout é uma estrutura que já foi bastante
ignorada por seus administradores, sendo considerado secundário nos seus
planejamentos. Hoje, o meio empresarial concebe que não se pode obter
eficiência nas operações logísticas, sem que haja um arranjo físico bem
planejado da área do armazém.
Referencia
VIANA, João José. Administração
de materiais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 1998.
BOWERSOX, Donald J. & CLOSS,
David J. (2001) - Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de
suprimento. São Paulo: Atlas, 594p.
RODRIGUES, Alexandre M. (1999) -
Estratégias de picking na armazenagem. Centro de Estudos em Logística (CEL),
COPPEAD/UFRJ.
SLACK, N. et al (2002) -
Administração da Produção. Atlas. 2 ed. São Paulo.
TUBINO, D..F. (2000) - Manual de
planejamento e controle da produção. Atlas. 2 ed. São Paulo.
MARTINS, P.G. & LAUGENI, F.P.
(2002) - Administração da produção. Saraiva. São Paulo.
BALLOU, R. H. (1993) – Logística
empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física.
Atlas. São Paulo.
MOURA, R. A. Sistemas e Técnicas
de Movimentação e Armazenagem de Materiais. São Paulo: Manual de Logística -
IMAM. Vol. 1, 1998.
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